Governo, pela boca do ministro da Economia Marítima, anuncia o encerramento da Cabo Verde Fast Ferry (CVFF), onde o Estado tem 53% das acções. Accionistas privados dizem-se surpreendidos com a medida, e o Governo, em nota de imprensa, reage defendendo que as palavras de José Gonçalves “foram tiradas do contexto e que o mercado continuará aberto”. Mas não diz se a CVFF vai ser encerrada ou não.
O anúncio feito esta semana pelo ministro do Turismo, Transportes e Economia Marítima de que a Cabo Verde Fast Ferry vai ser extinta apanhou de surpresa os accionistas, logo numa altura em que a CVFF é a única empresa cabo-verdiana do sector a passar à segunda fase do concurso internacional para concessão das operações marítimas inter-ilhas, cujo vencedor será conhecido no mês de Maio.
Depois de se posicionar para a privatização dos portos de Cabo Verde, o Grupo Sousa, de Portugal, manifestou agora interesse em assumir o transporte público marítimo de passageiros e cargas inter-ilhas, através da sua agência no arquipélago, a PMAR.
O Governo lança esta terça-feira, 30, o concurso público internacional para seleccionar um parceiro estratégico para, através da concessão única, fazer a gestão e exploração do serviço público de transporte marítimo de passageiros e cargas inter-ilhas.
José Jorge Costa Pina, especialista em questões da economia marítima com grau de mestrado em Gestão de Transporte Marítimo, analisa nesta entrevista ao Santiago Magazine a instalação do Ministério da Economia Marítima em São Vicente e o impacto do 'hub' do Mindelo em relação às restantes ilhas. "Seria mais compreensível que fosse a regionalização e, sobretudo, uma reforma do sistema de administração do país, a ditar essa configuração abrangendo todas as ilhas", defende.
A ideia do grupo, dono de dois estaleiros navais no porto de Lisboa, é transferir todo o seu know-how em reparação naval à Cabnave, e, num futuro próximo, desenvolver a própria construção naval a partir de Cabo Verde.